Hanseníase é doença infeciosa, sistêmica, com repercussão importante nos nervos
periféricos. O processo inflamatório desses nervos (neurite) é um aspecto importante
da hanseníase. Clinicamente, a neurite pode ser silenciosa, sem sinais ou sintomas, ou
pode ser evidente, aguda, acompanhada de dor intensa, hipersensibilidade, edema, perda
de sensibilidade e paralisia dos músculos.
No estágio inicial da doença, a neurite hansênica não apresenta um dano neural
demonstrável, contudo, sem tratamento adequado freqüentemente, a neurite torna-se
crônica e evolui, passando a evidenciar o comprometimento dos nervos periféricos: a perda
da capacidade de suar (anidrose), a perda de pelos (alopecia), a perda das sensibilidades
térmica, dolorosa e tátil, e a paralisia muscular.
Os processos inflamatórios podem ser causados tanto pela ação do bacilo nos
nervos, como pela resposta do organismo à presença do bacilo, ou por ambos, provocando
lesões neurais, que se não tratadas, podem causar dor e espessamento dos nervos
periféricos, alteração de sensibilidade e perda de força nos músculos inervados por esses
nervos, principalmente nas pálpebras e nos membros superiores e inferiores, dando origem
a incapacidades e deformidades.
Os profissionais de saúde devem ter, sempre, uma atitude de vigilância em relação
ao potencial incapacitante da doença, causado pelo comprometimento dos nervos
periféricos. Por isso é muito importante que a avaliação neurológica do paciente com
hanseníase seja feita com freqüência para que possam, precocemente, ser tomadas as
medidas adequadas de prevenção e tratamento de incapacidades físicas.
Assim sendo, a avaliação neurológica deve ser realizada no momento do
diagnóstico, semestralmente e na alta do tratamento, na ocorrência de neurites e reações
ou quando houver suspeita das mesmas, durante ou após o tratamento PQT e sempre que
houver queixas.
Os principais nervos periféricos acometidos na hanseníase são os que passam:
• pela face - trigêmeo e facial, que podem causar alterações na face, nos olhos e
no nariz;
• pelos braços - radial, ulnar e mediano, que podem causar alterações nos braços
e mãos;
• pelas pernas - fibular comum e tibial posterior, que podem causar alterações
nas pernas e pés.
A identificação das lesões neurológicas é feita através da avaliação neurológica e
é constituída pela inspeção dos olhos, nariz, mãos e pés, palpação dos troncos nervosos
periféricos, avaliação da força muscular e avaliação de sensibilidade nos olhos, membros
superiores e membros inferiores (vide Manual de Prevenção de Incapacidades disponível
na sua unidade de referência).
Post na comunidade
http://www.orkut.com.br/Community.aspx?cmm=32876501
por meu amigo Francisco