domingo, 25 de maio de 2008
A HANSENÍASE E O DIABETES VERSUS NERVOS PERIFÉRICOS
A Hanseníase e Diabetes são patologias que afetam o sistema nervoso periférico causando perda da sensibilidade cutânea que levam a danos motores e sensitivos que podem acarretar inúmeros prejuízos à funcionalidade dos pés e a qualidade de vida das pessoas atingidas.
Soares (2007) enfatiza que:
A necessidade dos portadores de Hanseníase e Diabetes de usarem calçados ou palmilhas especiais se deve pelo fato de, em muitos casos, esses pacientes desenvolvam uma neuropatia específica – um comprometimento ou lesão no nervo que chega até os pés.
Pés anestésicos e úlceras neurotróficas são caminhos que podem levar a perda de estrutura anatômica dos pés, conduzindo estas pessoas a uma jornada sem volta chamada deficiência física.Portanto urge que se previna a instalação de seqüelas evitáveis na maioria das vezes com ações simples, mas que requerem conhecimento prévio sobre suas técnicas de prescrição e uso.
Soares (2007) sensibilizado diante desta realidade destaca que:
As pessoas que sofrem de Hanseníase ou Diabetes precisam, em muitos casos, utilizar palmilhas ou sapatos especiais. Em lojas especializadas, esses Calçados Adaptados chegam a custar até cerca de R$ 500 o par. Esse alto custo muitas vezes dificulta o tratamento dos pacientes, principalmente quando se trata de pessoas com mais dificuldades financeiras.
Atualmente existe apenas um Setor de Calçados Adaptados no Maranhão, para atender a demanda do Centro de Referência e de todo o Estado, porém este trabalha com carência de espaço físico adequado, profissionais treinados (o que foi sanado agora) e equipamentos necessários. Considera-se então que há necessidade de mais setores funcionando em toda plenitude em prol da clientela atingida pela Hanseníase e pelo Diabetes.
Foss (2007) sensatamente alerta que:
Não são todos os portadores de Hanseníase e Diabetes que precisam do calçado. Mas a linha do tratamento é justamente o “antes prevenir do que remediar” – afinal, se não prevenido o problema, os pequenos machucados podem gerar grandes feridas, o que, em um estágio extremo, pode até impedir a pessoa de caminhar.
Portanto, constata-se a necessidade do envolvimento de uma equipe multiprofissional, o que no Hospital Aquiles Lisboa já existe, pois contamos com Médica/Hansenologa, Terapeuta Ocupacional, Fisioterapeutas, Psicólogo, Assistentes Sociais, Enfermeiros, Técnicos em Enfermagem e agora pleiteamos agregar a esta equipe os profissionais treinados recentemente.A importância da implantação deve-se ao fato de que há grande necessidade de calçados adaptados para a clientela em questão.
Sabemos que a utilização do calçado adequado é o fator fundamental a ser considerado para prevenir problemas nos pés.
Portanto Pererê (2007) considera um calçado adequado aquele que:
“Foi projetado anatomicamente com materiais específicos para dar conforto e prevenir problemas de impacto, fricção, inchaço e machucados principalmente para quem possui anomalias nos pés. Além de pés com deformidades tais como pés chatos, joanetes, calos, dedos em forma de garra ou martelo, Fasciitis Plantar, metatarsalgia; os pés diabéticos, insensíveis e hansenianos exigem um cuidado bastante especial na escolha dos calçados.(grifo nosso)
Dados sobre a realidade dos portadores de Hanseníase em tratamento no Hal - 36 pacientes, até o dia da pesquisa em Livro Controle.
Dados sobre a realidade dos portadores de Diabetes em tratamento no Hal – 35 pacientes, até o dia da pesquisa em Registro do Programa de Hipertensão e Diabetes, sendo que alguns deles são portadores de hanseníase, também pudemos constatar que 99% destes pacientes são portadores de Diabetes tipo II.
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